Na noite deste domingo, a capital paulista recebeu o supergrupo Asia para o único show da banda no país. A casa não estava lotada, mas a configuração da pista com mesas fez com que o ambiente parecesse repleto.
Pouco depois das 20h00, precedidos por uma introdução sonora mecânica e grandiloquente, Geoff Downes (ex-YES e The Buggles), John Wetton (ex-King Crimson e UK), Steve Howe (Yes) e Carl Palmer (ex-Emersom, Lake & Palmer) subiram ao palco com um de seus muitos 'hits', "Wildest Dreams". Sem tempo para que terminassem os efusivos aplausos do público, o quarteto emendou outra clássica, "Only Time Will Tell".
Os músicos, todos da formação clássica da banda, impressionam. Não por um virtuosismo exibido, mas pela incrível competência. Carl Palmer fez, claro, suas firulas e até arrancou risadas da platéia durante o longo solo de bateria: deixou cair as baquetas enquanto forçava nos malabarismos. Mas não dá para dizer que Carl Palmer erra, não é mesmo? John Wetton também se mostrou em plena forma e sua voz não ficou devendo para os anos em que a banda atingiu seu ápice - nos anos 1980 e início da década seguinte. O tecladista Geoff Downes é outro que não precisa exibir nem currículo nem performance: seu talento fala mais alto que qualquer coisa. E por fim, mas, óbvio, não menos importante, Steve Howe. O guitarrista, do alto de seus 64 anos, parece um aquele avozinho simpático, mas meio maluco. E continua tocando como ninguém.
As antigas "Sole Survivor" e "Open Your Eyes" foram mescladas a canções mais recentes como "Through My Veins" e "I Believe", ambas do disco lançado no ano passado. O repertório do show ainda trouxe momentos marcantes com Steve Howe sozinho no palco, com um violão plugado. Outro momento de destaque foi "Don't Cry", tocada apenas com voz e teclados. A bela "The Smile Has Left Your Eyes" também iniciou nesse formato, mas terminou com todos os quatro músicos no palco.
As diferentes gerações que prestigiaram o Asia - pais e filhos, casais de várias faixas etárias - aplaudiram de pé o veterano grupo. O que, por vezes tornava ingrato o trabalho do segurança lá na frente do palco que pedia que as pessoas se sentassem. Ver rock n' roll ao vivo e permanecer sentado é realmente algo muito difícil de realizar.
Depois de mais de uma hora e meio de show, perto das 22h00, a banda saiu do palco, mas logo voltou para o bis: "Heat of the Moment" não poderia faltar no repertório para encerrar a noite.
Font: Rock online
