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terça-feira, 24 de maio de 2011

Matanza: Uma bobagem inventada na mesa de um bar



O Matanza lançou recentemente “Odiosa Natureza Humana”, quinto álbum na discografia, com 13 músicas inéditas cheias de rabugentice, irreverência e a deliciosa mistura de country, bluegrass, punk e metal.

As canções surgiram durante um ano de ensaios e o disco foi produzido por Rafael Ramos e gravado em sistema analógico de 24 canais, algo raro para os dias de hoje.

Na entrevista que segue o vocalista Jimmy London fala sobre a gravação do disco e sobre a relação com Donida - guitarrista que deixou de acompanhar a banda na estrada desde 2008. Jimmy também revela que está cheio de novas idéias, embora não haja nenhum plano para um novo disco por enquanto.

“Odiosa Natureza Humana” foi lançado recentemente, cinco anos após o último disco de estúdio, “A Arte do Insulto”. Por que a banda levou esse tempo, relativamente longo, entre um disco e outro? O lançamento do álbum ao vivo de 2008 influenciou nisso?

Jimmy London:
 Com certeza ficamos mais um bom tempo na estrada por conta do DVD ao vivo. Mas também, por mais incrível que pareça, nos prezamos pela qualidade do que lançamos, e não queríamos colocar qualquer coisa num disco, só por estar na hora. Então foi um processo longo de composição e tal. Tudo isso pra sair essa beleza ai...

O disco mais recente foi gravado em equipamento analógico. Por que vocês decidiram utilizar esse tipo de equipamento?

JL:
 Foi uma pilha do nosso produtor, Rafael Ramos, que nós compramos com prazer. O jeito de gravar muda, a maneira de se preparar pro disco muda, e pra gente, nada melhor do que um bom e divertido desafio.

Mais uma vez a banda trabalhou com o produtor Rafael Ramos. Você acha que trabalhar com outro produtor poderia, talvez, causar alguma mudança na sonoridade típica da banda?

JL:
 Acho que o Rafa entende perfeitamente como queremos soar, então um outro produtor ia demorar pra entender nossos conceitos. Também temos muita confiança nele, em relação à qualidade, e isso não se adquire de um dia pro outro.

O Brasil tem diversas bandas de estilos semelhantes que conseguiram uma boa fase de fãs e se tornaram conhecidas. Já no estilo que o Matanza apresenta desde o início de carreira, vocês continuam sendo os mais conhecidos - senão os únicos conhecidos. Como é essa situação pra você, ser um dos raros representantes dessa mistura de Metal, Punk e Country conhecidos nacionalmente?

JL:
 Na verdade, nos somos os únicos representantes do Country-Hardcore, simplesmente porque inventamos essa parada. Nós resolvemos que íamos fazer isso e tudo que fazemos sai com esse sotaque. Mas eu não deixo de me impressionar com as pessoas gostando dessa bobagem que nós inventamos na mesa de um bar. Nunca imaginaria, mas meu prazer e orgulho são enormes.

Onze músicas do “Odiosa Natureza Humana” foram compostas pelo Donida, mas já faz algum tempo que ele resolveu deixar os palcos. Vocês conversam sobre a possibilidade dele voltar a se apresentar com o Matanza ou essa é uma situação já resolvida, com o Maurício Nogueira assumindo o posto no palco?

JL:
 Estamos ótimos desse jeito, todo mundo feliz e tudo funcionando. Quando ele ‘tiver’ afim de fazer uns shows, também vai ser sem estresse, por diversão. Já estamos coroas, e já podemos nos dar o direito de fazer as coisas por pura diversão.

Rock n’ Roll no Rio de Janeiro. As coisas melhoraram ou ainda é difícil para uma banda de som pesado encontrar bons lugares e estrutura para tocar, como muitos músicos sempre disseram?

JL:
 O Rio é dividido entre zona sul e baixada. Na baixada temos bons shows, em lugares grandes, mas com estruturas ainda um pouco precárias. Na zona sul, mais rica, temos bons lugares, porem o publico não comparece muito. Mas não nos consideramos uma banda do Rio e sim uma banda do Brasil, até porque tocamos em cada lugar desse país que tiver um camisa preta pra bater a cabeça com a gente.

E pelo interior do Brasil, vocês passam apuros quando chegam a alguns lugares e verificam as condições do lugar, do palco, aparelhagem, etc.?

JL:
 Felizmente já temos uma equipe melhor, uma estrutura melhor e as velhas roubadas estão ficando pra trás. Mas ainda é complicado, o Brasil é muito grande e tem muito lugar que a estrutura não é perfeita. Mas aí a empolgação da galera compensa, porque eles ficam amarradões de ver um show que não achavam que chegaria ate lá.

Em 2009 você participou de um disco virtual da Deck, “Pum”, cantando “Pense Nisso Quando me Soltar”. Como foi participar de um disco voltado para o público infantil?

JL:
 Foi uma brincadeira, e muito divertida. Só isso.

Além do disco em homenagem ao Johnny Cash, o Matanza já participou de um belo tributo ao Secos & Molhados e também já gravou “Cold Turkey”, do John Lennon. Vocês gostam de tocar versões de músicas de outros artistas? Tem algum outro artista ou banda que o Matanza gravaria uma versão?

JL:
 Acho que não. A única homenagem mesmo que fizemos foi a do Johnny Cash, o resto foram coisas da vida, da gravadora, mas nada que tenha partido da gente.

Você ouve e gosta de bandas novas do cenário nacional? Tem algo que você indicaria aos fãs de Matanza?

JL: 
Tem coisa pra caramba pra ouvir nessa vida. Eu mesmo ainda estou ali pelos anos 30, ainda falta muito pra chegar nos dias de hoje. Mas tá cheio de internet e coisas, então percam seus preconceitos e vão ouvir música. Quem sabe não acham algo por aí que lhes diga exatamente o que queriam ouvir?

Com novo álbum recém-lançado, agora o plano é focar na estrada ou a banda já começa a trabalhar em material novo?

JL:
 Estrada e continuar vivo. Depois pensamos em mais coisas, mas eu posso dizer que a cabeça já ta fervilhando de idéias... Várias...



Fonte: rock online

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